domingo, 18 de julho de 2010

medo .


  Eu prefiro fugir dos medos que tenho do que enfrentá-los. É muito mais fácil deixar de senti-los se nos afastarmos do que fazer com que deixem de existir. Sim, eu prefiro o caminho mais fácil, porque sei que pelo mais difícil eu corro riscos de sucumbir a desejos que não são meus mas que se apossam de mim muito facilmente. E se a causa desses medos se aproxima o meu desespero também, a minha angústia se transforma em sofrimento e meu coração já não se mostra tão forte e incorruptível quanto costumava ser. Eu tenho medo das lembranças ruins, das memórias que me causam dor, porque as lembranças boas eu sei que posso controlar, mas as ruins não. Porque as boas recordações fui eu quem escolheu guardar, mas as más ficam por teimosia, por conseqüência ou sei lá por que motivo. Mas ao mesmo tempo que tento me esquivar a falta de reação me atinge e eu já não sei de onde tirar forças para caminhar na direção contrária a essas assombrações, fico imóvel, paralisada, sujeita ao acaso desses espantos. Não tenho tempo suficiente para encontrar o devido esconderijo, não quero armas para lutar, quero fortalezas as quais possam me encobrir, quero um escudo, uma armadura, um cavalo de fuga... quero dormir, acordar e perceber que foi tudo um pesadelo cruel e medonho, mas apenas pesadelo. Não quero remédio para as feridas, quero maquiagem para as cicatrizes, para que ninguém as note e para que eu mesma as esqueça. Quero lembrar só quando eu quiser lembrar, não quero ficar a mercê de imagens que bombardeiem meus pensamentos com amontoados de más recordações.   
  Medo de ser escrava das coisas que não quero lembrar, medo de ser esquecida pelas pessoas que amo, medo da perda e medo de conviver com essa perda, medo de ser culpada por causar o fim de algo que tanto lutei para preservar, medo do não-reconhecimento pelo bem que proporcionei a alguém, medo de não ter feito o suficiente, medo de não fazer além do suficiente, medo de deixar alguém fazer a minha parte que eu não fiz e medo de ser cobrada por isso.

Medo: 1 Sentimento inquietante que se tem diante de perigo ou ameaça; FOBIA; PAVOR; TERROR; 2 Ansiedade diante de uma sensação desagradável, da possibilidade de fracasso etc.; RECEIO; TEMOR; 3 Atitude covarde.

terça-feira, 22 de junho de 2010

máscara [ ? ]



  Será que a imagem que transmitimos aos outros é sempre a mesma ou variamos conforme quem temos à nossa frente? Será que temos consciência do que somos pra cada uma das partes?
  Ao contrário do que se julga, a aparência deveria ser tida como algo positivo, afinal qual outra maneira de externar o que temos por dentro (princípios e personalidade) senão projetando isso no que os demais notam ao olhar-nos. Por esse motivo, a imagem residual de nós mesmos deve ser o mais aproximada possível da imagem que procuramos transmitir.
  Tendo consciência de que nem sempre desempenhamos aquilo que é esperado de nós, acostumemo-nos então a ter surpresas tanto positivas quanto negativas quanto à resposta vindo do outro lado. Transmitir os valores que cultivamos em nossas mentes e corações envolve a capacidade de cativar com um olhar, um sorriso, um gesto, uma expressão, sem deixar que estes venham a se tornar uma mascara da qual não conseguimos nos livrar depois.
  Só o tempo nos dá a avaliação daquilo que vamos nos tornando, do que passamos a significar e da diferença que podemos fazer pela vida a fora e das transformações que sofremos a par e a passo de desempenhar vários papeis e sofrer evoluções de cada relacionamento no qual nos envolvemos e das experiências que vivemos.
  Esse é então o maior desafio, porém a maior maravilha de ser humano, externar com clareza e transparência o nosso eu interior, desenvolver a capacidade de representar algo mais pelo que somos, pensamos e sabemos sobre a vida.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

esconder a chave ou quebrar a fechadura ? '

As coisas passam , e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Fortaleza insólita .

  Porque certos sentimentos tendem a ser anulados pela distância? Porque são tão poucos os laços que superam essa barreira invisível? Não seria justo dizer que o tanto que nos esforçamos para construiur tais elos quando estamos perto deveria ser suficiente para sustentá-los à medida que nos afastamos? 
  Não, não trata de ser justo, de ser forte ou trabalhoso.. tem a ver com o que eles representam. Que muitas das vezes pensamos estar construindo em grupo e de repente percebemos que estávamos sozinhos, puramente iludidos. De bem perto, temos a sensação de trabalhar incessantemente num muro, e quando nos afastamos percebemos que somente a coluna que construíamos é que permaneceu de pé, uma coluna que não é capaz de sustentar por si só aquela estrutura que existia apenas no nosso pensamento, no nosso coração. Qualquer que seja o sentimento, se ele realmente existir, transpassa a barreira física e torna-se imaterial podendo ser percebido mesmo a longas distâncias. E a certeza que ele de fato existe advem de demonstrações, atos que comprovam a real existência dos tais elos.
  Infelizmente, quanto maior a distância mais os laços se tornam vulneráveis. Numa estrutura, se os tijolos não estiverem devidamente encaixados tornam-se suscetíveis ao mínimo abalo, a qualquer brisa que ouse soprar em sua direção. O cimento? O amor é o cimento que une esses tijolos fazendo com que sejam inseparáveis, irreversivelmente unidos (pelo menos na teoria). Mas o que faz as pessoas pensarem que qualquer argamassa possa manter uma estrutura tão frágil de pé? Relacionamentos que se resumem apenas em projetos que nunca chegam a ser realizados. 
  Como e quando saber se não estamos sós num terreno baldio e improdutivo? Não saberemos.

sábado, 23 de janeiro de 2010

- when did it happen ? '





  I've always been waiting for something to hold on to, but, at this moment, I just can't see nothing so trustble that I could live my Life depending on it. No, I can't believe that everything is so simple that we look to a point and keep walking till we can touch it, I'm not that innocent.. what I mean is that I wanted to say that I have a point in my life, that I am really able to reach it out, but .. you know what? I'm not. I'm not strong enough, I'm not capable to make such a choice that could suddenly go wrong, 'cause the fault would be only mine and I can't handle it by myself.
  That's why I became so close to you in such a little time, that's why I always need to hear you say you're by my side, hear you say you can be as strong as I wanted I could be, hear you breath, feel your heart beating so fast that it seems to be talking to me and hear you say that your heart talks this way only with me. And your breath touching my skin wispers that I'm not alone anymore. That point, my point, I can only see when I look into your eyes. I realized that I was falling in love when I saw that everything that happened to me I wanted you to know, when I started doing all I had to do thinking about you, when I was lost in sadness and I knew that only a hug from you could take this all away and I knew that without you everything's sense would disappear.
  So, I can't say that something I saw reminded me of you, 'cause you are not a flash of memory, you are a constant light, always on my mind. I feel you by my side the whole time, and if I see something about you it's like I could look around and not just feel you but see you at all. I can't let you go even for a minute and it's not planned, I swear.

  Please, stay till the moon goes down, till the sun appears, till the heavy clouds go away, till the wind stop making scaring sounds, till the darknes vanishes all shadows that sorround me.. Stay till I feel certain that it's alright now, till I notice that I'm nothing without your arms around my body, till I learn to be thankful for your presence, till my heart gets the rythim of yours.. stay with me forever !



sexta-feira, 8 de janeiro de 2010



Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.

(Clarice Lispector)
 
o coração fala pra quem sabe ouvir ,. ! - temas blogspot - mario jogos