quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Minha história !



Meu ideal seria escrever uma história na qual eu conseguisse contar fielmente cada momento da minha vida desde onde eu pudesse lembrar, e retratar cada cena com a devida emoção, exatamente como me senti, e resgatar memórias que nem eu mesma teria noção de que permaneciam exatamente como foram dentro de mim. Poder fazer com que, ao ler minha história, cada pessoa se identificasse com pelo menos uma reconstrução do passado, e transmitir cada cor, cada sentimento, e até mesmo cada brisa que me tocara no instante narrado. Meu ideal seria juntar cada pedacinho de papel que rasguei numa hora de raiva, pegar de volta cada lágrima que caiu no chão, engolir cada risada que saiu de minha boca e regurgitar cada ofensa que tive que engolir, não que eu tenha me arrependido, mas para colocá-las no papel de forma que pudessem ser revividas por mim e por quem as apreciasse num momento de leitura.
Detalhar cada lugar em que estive, cada sorriso que presenciei, cada arco-íris que enchiam meus olhos, cada data que relutei em guardar, cada mágoa que quis esquecer, cada papel de presente dilacerado num momento de curiosidade, tudo o que quis preservar intacto dentro de mim e acabei perdendo pelo caminho, tudo o que quis esquecer apesar de permanecer impregnado em minha mente. E poder descrever todos os deslizes que dei, as coisas que deveriam ter sido ditas e não disse, os erros que cometi e dizer que alguma coisa aprendi com eles e poder evitar que outros os cometessem, mas vissem a sua própria história escrita ali. Mesmo sabendo que, ao dizer que foram os “baixos” que me levantaram, as mentiras que me mostraram a verdade, as desilusões que me fizeram sonhar mais alto e os desamores que me ensinaram a amar mais intensamente, ninguém acreditaria. Ainda assim o escreveria, sem me importar em perguntar incessantemente: Por que favor ninguém acredita na minha história?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

- Há escolha .



Tão simples dizer que nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. Sofrendo automaticamente nos esquecemos do que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as emoções que gostaríamos de ter conhecido e não conhecemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados pela eternidade. Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz. Aliviar a dor do que não foi vivido só se consegue se iludindo menos e vivendo mais. A cada dia vivido nos convencemos de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento perdemos também a felicidade. Porque a dor é inevitável ; já o sofrimento é opcional !
 
o coração fala pra quem sabe ouvir ,. ! - temas blogspot - mario jogos