Amor assassinado !

'' - Sai! Sai ... me deixa em paz! "
Ela gritava enquanto se debatia contra si mesma em cima daquela cama que o vento que soprava da janela entreaberta esfriara. Seu cobertor fora jogado no chão e o seu travesseiro já não era macio o suficiente para amortecer os murros que ela violentamente dirigia a ele arremessando seus punhos cerrados com toda força que ela nem tinha, na tentativa de de aliviar o medo de que ELE a envolvesse outra vez em seus braços.
" - Não, eu não quero mais! Saaaaai ! "
Noite após noite, aquele pesadelo insistia em retornar à sua mente, trazendo de volta tudo que já fora tão doce e ilusório, parte de um passado não tão remoto. Mas ela estava presa, não sabia como desatar aqueles nós que a mantinham cativa dentro dos próprios pensamentos, onde aquelas obscuras cenas teimavam em passar, de novo e de novo, em câmera lenta. O barbante que a guiaria para fora daquele labirinto de sentimentos arrebentara deixando-a escrava daquelas assombrações.
" - Dói! Dói muito! Me deixa! "
Ela já fizera de tudo o que poderia fazer, TUDO, supunha. O seu incosciente a enganara no momento em que ela decidiu deixar tudo para trás, quando então deixou escapar as firmes palavras "Perdoarei, mas jamais esquecerei". E ela não esqueceu, não poderia jamais esquecer. Involuntariamente, era atormentada todas as noites por tal decisão. E assim deveria ser (como jurara a seu amado, defundo e inexpressivo) : PARA SEMPRE !